desde a noite em que mais receios tive. O medo do incerto, os nervos a apertarem, e ao mesmo tempo a ansiedade de mãe em querer ver a cara do rebento que se preparava para vir conhecer o lado de fora do mundo.
1 ano passou. O ano que rezei para que depressa passasse, já passou e agora sinto um misto de alegria (por ter corrido tudo da melhor forma possível) com um pico de culpa/tristeza por querer que esta bebezice que eu adoro e que sabe tão bem viver neles, passasse depressa.
1 ano passou. O David está bem, até melhor que bem, e nós estamos bem e felizes e mais fortes.
1 ano passou e somos uma família de 4 que não trocava por nada deste mundo.
1 ano passou e percebi que tudo tem o seu sentido e nada acontece ao acaso.
E agora venham muitos mais anos do meu Principie David que faz esta madrugada 1 aninho que apesar tudo foi cheio de amor!
(sabiam que tenho os filhos mai lindos do mundo??? )
"Ser mãe de um é completamente de ser mãe de dois. Não falo de gémeos, que é uma realidade que só conheço vista de fora. Falo de ter um filho versus ter dois filhos de idades diferentes.
Ando esgotada. O miúdo não gosta de cafeína, acusa o toque: bebo um café e ele simplesmente faz greve ao sono. Ontem - estúpida! - bebi um capuccino. Não me lembrei de pedir aquilo com descafeínado e foi o descalabro. O miúdo passou a noite a acordar, eu a descabelar-me de sono.
A miúda anda difícil. Ciúmes, claro. Não a posso levar a lado nenhum que não me faça uma cena. Hoje levei-a ao Chiado e fez várias. Às tantas deixo de ver bem, fica tudo turvo, cortesia da dor de cabeça que entretanto se instala. Testa-me os limites, contradiz tudo o que lhe dizemos, contraria tudo o que lhe mandamos fazer. Anda a esticar a corda. Acontece que a corda não parte. Nunca parte, não é? Ser mãe é nunca deixar a corda partir.
Fora isto, tudo bem. Mas juro que não estava preparada para que o meu cansaço viesse dela e não dele. Ele é um santo, come e dorme, só refila quando tem fome, nem sequer cede muito ao cansaço do fim do dia. Ela também é uma santa. Mas uma santa com pilhas mais carregadas do que ele. Ela não pára. Adoro tudo nela, mas há dias em que o cansaço é mesmo um enorme adamastor.
Mas dizia eu: ter um e ter dois... nada a ver. Com um todo o tempo pode ser dedicado àquela pessoa pequenina. E, se a criança for como as minhas (em bebés, que ela em bebé era uma paz), sobra tempo para tudo. Com dois a ginástica é diferente. Ela quer sempre ir à casa de banho quando o irmão está a mamar. Ele de vez em quando chora quando eu lhe estou a dar o almoço a ela. Não se organizam. Cada um puxa para seu lado. E não é fácil. Mas não é impossível. E vou ter saudades, já sei que sim. Mas hoje, só hoje, é um dia demasiado cansativo. Amanhã já passou. E eles são a melhor coisa da minha vida. E não mudava nada, nadinha, em nenhum deles.